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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Edibar

Um comentário:

  1. Isso me elmbrou algo:

    É necessário estar sempre bêbedo.
    Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
    Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo,
    que vos abate e vos faz pender para a terra,
    é preciso que vos embriagueis sem cessar.
    Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
    Contanto que vos embriagueis.
    E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio,
    na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida,
    perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
    a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola,
    a tudo o que canta, a tudo o que fala,
    perguntai-lhes que horas são;
    e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio,
    hão de vos responder:
    É hora de se embriagar!
    Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
    De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.

    (Baudelaire)

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